Uma das maiores organizações criminosas do estado foi desmantelada na operação Babilônia, realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta terça-feira (23/2). Até o momento, dez pessoas foram presas na capital mineira e em Itaobim, região do Vale do Jequitinhonha. O grupo estaria envolvido em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O delegado Daniel Morais Cançado de Araújo explica que as investigações apontam que os membros dessa organização criminosa são responsáveis por vender drogas a outros traficantes. “Eles não vão ao aglomerado vender para o usuário final. Eles fazem a droga sair dos países de fronteira (Paraguai e Bolívia) e chegar até os chamados portos secos, aos lugares onde a droga vem na carreta, e é colocada ao solo para depois ser distribuída até chegar ao usuário final”, explica.
Segundo apurado, o grupo criminoso pode ser dividido em dois núcleos, com dois líderes, sendo um na capital, sendo que ele e a esposa estão foragidos, e outro em Itaobim, onde foi preso. O suspeito de liderar o grupo em Belo Horizonte já era conhecido da polícia, tendo outros três mandados de prisão em aberto. Já o de Itaobim possuía um comércio lícito, mas começou a fazer uso da empresa dele como fachada para movimentar dinheiro do grupo.
Além disso, o delegado destaca uma importante prisão: a do operador financeiro da organização criminosa. “Ele era a ligação do mundo lícito que a organização criminosa tinha. Ele era o cidadão que podia aparentar ser proprietário desse patrimônio e dono desses valores em dinheiro e assim ele conseguia ‘sem levantar suspeita da polícia’ movimentar o capital e negociar o patrimônio da organização criminosa em nome dos líderes que, se dessem as caras no mundo real, com certeza seriam presos”, detalha.
No total, foram expedidos pela Justiça 13 mandados de prisão preventiva em Belo Horizonte, Itinga e Itaobim, além de 14 mandados de busca e apreensão na capital, um em Contagem, um em Itinga e sete em Itaobim. Ainda, existem 87 mandados de busca e apreensão de veículos em diversos estados do Brasil e o bloqueio de R$ 8,7 milhões.
“Além de efetuar a prisão dos membros da organização criminosa, a gente fez uma enorme apreensão de bens e capitais. Com isso, a gente pretende sufocá-la, fazer com que ela não tenha mais capital de giro para as próximas negociações de remessa de drogas do exterior para o nosso estado”, pondera Araújo.