Encontrar um modelo de desenvolvimento econômico sustentável que atenda às necessidades da sociedade agora, mas sem comprometer as futuras gerações. Esse é um dos grandes desafios nas negociações durante a COP30, que acontece em Belém, no Pará, em novembro.
Desenvolvimento sustentável é quando economia, educação e meio ambiente andam juntos. Aí entra a necessidade de mudar nosso padrão de consumo e alinhar as ações e políticas de governos e empresas, afirma o doutor em Desenvolvimento Socioambiental e professor da Universidade Federal do Pará, Agenor Ribeiro. Os governos devem estimular e investir na adoção de práticas econômicas mais sustentáveis, como cooperativas de reciclagem e o uso de energia solar, o que já existe no Brasil. Já o empresariado pode adotar estratégias de carbono zero ou de reaproveitamento de materiais, diz o professor Agenor:
“Por exemplo, você tem aí empresas, tipo Apple, Unilever, com metas de uso 100% de materiais recicláveis. Quando falamos de políticas e práticas empresariais, estamos dizendo que as empresas são agentes econômicos que, se não mudarem, nada muda”, diz.
O professor explica que o modelo econômico atual é baseado na ideia de que o crescimento é ilimitado, no ciclo linear de extrair, produzir, usar e descartar. Só que o planeta não suporta isso, porque os recursos naturais são finitos:
“Ele demonstra ser um modelo insustentável a longo prazo. Acabou os recursos da mina, deixa a mina lá, deixa o buraco e deixa aquele povoado que surgiu completamente desassistido, por exemplo. Isso é muito comum na Amazônia”, conta.
O grande desafio do desenvolvimento sustentável é superar as desigualdades, sejam sociais e de renda, territoriais, educacionais, tecnológicas ou de gênero e raça. É garantir que os benefícios cheguem para todos, sem deixar ninguém para trás. Por isso, deve considerar aspectos sociais, ambientais e econômicos, explica Agenor Ribeiro:
“Tem como meta fortalecer laços comunitários e melhorar a qualidade de vida, criando ambientes mais saudáveis e seguros. Isso significa mais oportunidades econômicas. A transição para uma economia sustentável impulsiona novos setores, novos negócios, cria novos empregos em áreas como energia renovável e tecnologias limpas”, diz.
Tudo isto estará em pauta nas discussões da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro.
*Com produção de Beatriz Evaristo e Dayana Vítor
Fonte: Agência Brasil




