Programa visa valorizar e incentivar processos artísticos em Minas Gerais, com editais nas áreas das artes visuais, artes cênicas e música e experimentação sonora
De 15 de junho a 7 de julho, o BDMG Cultural recebe inscrições para três editais do programa LAB CULTURAL. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas exclusivamente pelo site www.bdmgcultural.mg.gov.br.
Criado em 2020, o LAB CULTURAL é um programa de valorização e incentivo à pesquisa e desenvolvimento de processos artísticos e culturais em Minas Gerais e lança este ano três editais de bolsas – nas áreas de Artes Cênicas, Artes Visuais e Música e Experimentação Sonora – respeitando a segurança sanitária necessária para a realização das atividades e todas as indicações científicas para isso.
Entendendo que os processos são construções também coletivas, o programa valoriza a troca entre artistas, linguagens e com profissionais diversos do campo cultural, incentivando a construção de uma rede de profissionais ligados a arte e cultura dentro do Estado de Minas Gerais.
O programa LAB CULTURAL prevê ainda a geração e o compartilhamento de conhecimento e dos processos que serão desenvolvidos por meio de uma plataforma digital, ampliando as possibilidades de reflexão e diálogo com a sociedade.
Os projetos selecionados contarão com a tutela de profissionais das três áreas: a atriz, diretora e dramaturga Grace Passô é a tutora de Artes Cênicas; a curadora, pesquisadora e crítica de arte Julia Rebouças é a tutora pela área de Artes Visuais; e o compositor e músico Rafael Martini é o tutor da área de Música e Experimentação Sonora.
“Este é um programa que reúne as esferas de fomento e de formação, centrado no processo de criação. Os profissionais que forem contemplados poderão desenvolver ações experimentais, pesquisas e projetos com a tutoria de importantes artistas e pensadores das três áreas. Além disso, eles participarão de momentos conjuntos, em que haverá o compartilhamento das experiências e as trocas entre as linguagens”, explica Gabriela Moulin, diretora-presidente do BDMG Cultural.
Segundo a diretora do BDMG Cultural, valorizar a formação em um processo de diálogo e olhar atentamente para o processo artístico, suas estratégias e modos de fazer, é uma construção importante para o momento atual e poderá provocar uma reflexão também sobre os desafios que o momento impõe à produção e circulação artística.
Bolsas
Serão selecionados 30 projetos artísticos ao todo. Cada área – Artes Cênicas, Artes Visuais e Música e Experimentação Sonora – terá 10 projetos aprovados a serem desenvolvidos em 4 meses de pesquisa. Cada proposta selecionada receberá uma bolsa de R$ 6 mil a ser dividida nos 4 meses de pesquisa sob tutoria. Cada selecionado receberá também o valor de até R$ 1.500 exclusivamente para a produção dos projetos descritos e mediante reembolso. Poderão se inscrever aristas comprovadamente residentes em Minas Gerais há no mínimo dois anos.
Sobre os tutores
Artes Cênicas
Grace Passô (Belo Horizonte, 1980) é dramaturga, diretora e atriz que trabalha em parceria com diversas companhias e artistas brasileiros e foi cronista do Jornal O Tempo (MG). Atuou em companhias teatrais da cidade de Belo Horizonte, fundou o grupo Espanca!, onde permaneceu por nove anos e assinou a dramaturgia de seu repertório: Marcha para Zenturo, Amores Surdos, Por Elise e Congresso Internacional do Medo; também atuando como diretora dos dois últimos trabalhos citados. Atuou no filme Praça Paris (2018), de Lúcia Murat, e, além de integrar o elenco do espetáculo Preto (2017), dividiu a 9 dramaturgia com Marcio Abreu e Nadja Naira. Ministra workshops de teatro em companhias e instituições artísticas. Dentre os prêmios que recebeu, estão: Shell de Teatro e APCA, 2005 (dramaturga); SESC/SATED e Usiminas Sinparc, 2004 (atriz), Prêmio SESC/SATED, 2005 e 2006 (dramaturga); Usiminas Sinparc, 2006 (atriz e dramaturga). Com a estreia do espetáculo Vaga Carne, em 2016, recebeu os prêmios de Melhor Texto no Prêmio Shell de Teatro, Cesgranrio de Teatro e Questão de Crítica. Grace também recebeu outras indicações, como Prêmio Bravo!, 2016 (peça nacional), Prêmio APTR, 2016 (atriz), Shell de Teatro, 2009 (dramaturga), Qualidade Brasil, 2008 (atriz e dramaturga), Usiminas Sinparc, 2013 (atriz), Questão de Crítica, 2014 (direção), dentre outras indicações.
Artes Visuais
Júlia Rebouças (Aracaju, 1984. Vive entre São Paulo e Belo Horizonte) é curadora e pesquisadora de arte. Foi curadora do 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão, MAMSP (2019). Ainda em 2019, foi curadora de Entrevendo: Cildo Meireles, no Sesc Pompeia, São Paulo (2019), com Diego Matos. Integrou a comissão de seleção e acompanhamento curatorial da 7ª edição da Bolsa Pampulha 2018/2019. Em 2018, realizou como curadora as exposições Entrementes, de Valeska Soares, na Estação Pinacoteca, São Paulo; e Mitomotim, 9 mostra coletiva no Galpão Videobrasil, São Paulo. Foi co-curadora da 32ª Bienal de São Paulo: Incerteza Viva (2016). De 2007 a 2015, trabalhou na curadoria do Instituto Inhotim, Minas Gerais. Foi curadora adjunta da 9ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2013). Tem graduação em Comunicação Social pela UFPE (2006). É mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFMG (2017).
Música e Experimentação Sonora
Rafael Martini é compositor e instrumentista, tem 4 discos lançados, “Motivo”, “Suíte Onírica” (com a Orquestra Sinfônica da Venezuela), “Haru” (em parceria com Alexandre Andrés) e “Gesto” (em parceria com Joana Queiroz e Bernardo Ramos). Já apresentou seu trabalho em diversas partes do mundo e coleciona vários prêmios como compositor e arranjador. É professor da Escola de Música da UFMG, onde dirige a Geraes Big Band e atualmente tem realizado concertos como integrante do grupo de Egberto Gismonti tocando acordeom.