Agência Minas Gerais | Governo de Minas amplia rede especializada para atendimento ao AVC  


O acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando um vaso do cérebro se rompe ou entope, interrompendo a circulação e podendo causar sequelas graves ou morte. O tempo de resposta é determinante para salvar vidas. Em Minas Gerais, o atendimento foi transformado pela expansão da Linha de Cuidado do AVC, que levou assistência especializada às 14 macrorregiões de saúde e integrou o Samu 192, a regulação e a reabilitação. 

Até 2020, o estado contava com seis hospitais habilitados. Hoje são 42 centros de referência, crescimento de 600% na rede. A iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), aproxima os pacientes de serviços especializados, reduz o tempo de resposta e padroniza protocolos do primeiro atendimento ao acompanhamento ambulatorial, fortalecendo a qualidade do cuidado. 

Em 2024, o AVC foi a sétima maior causa de morte em Minas, com 4.196 óbitos e média de 11 por dia. Com a ampliação dos centros, a mortalidade intra-hospitalar caiu de 16,5% em 2021 para 12% em 2024. O resultado decorre da maior capilaridade da rede, da tomografia em tempo oportuno, do uso do medicamento trombolítico e do treinamento das equipes de saúde.  

“Estava trabalhando e perdi minhas forças, fiquei com a vista embaçada e, quando percebi, estava no chão. Meu patrão identificou a situação e chamou o Samu”, relata o garçom Flávio Furtado Rosa, 43 anos. Ele teve AVC há dois anos e foi levado ao Hospital Regional de Barbacena (HRB-JA), um dos centros especializados em Minas. Na unidade, passou por exames, recebeu trombólise e hoje vive sem sequelas. 

Ampliação da rede 

Para a assessora da Superintendência de Políticas de Atenção Hospitalar da SES-MG, Letícia Cota, a ampliação dos centros e do Samu 192 tornou o atendimento mais rápido e eficiente. “Conseguimos mudar o cenário do AVC, agregando agilidade aos atendimentos. A presença do Samu em quase todo o estado tem impacto direto nessa celeridade”, afirma.  

O Governo de Minas também reforçou o financiamento da rede. Entre 2020 e 2025, foram investidos R$ 32,8 milhões no fortalecimento dos serviços, incluindo custeio hospitalar e a compra do medicamento trombolítico, essencial para reduzir sequelas e óbitos. No último ano, a rede realizou 1.072 trombólises em pacientes com AVC em Minas Gerais.   

“O medicamento restabelece o fluxo sanguíneo e é fundamental no AVC isquêmico, que representa 85% dos casos. Em 2014, cerca de 0,5% dos pacientes recebiam o tratamento. Hoje chegamos a 7,5%”, explica Letícia.  

A SES-MG pretende ampliar o número de unidades especializadas até 2026. “Nosso objetivo é dobrar os centros credenciados e alcançar mais de 60 hospitais qualificados para os casos de AVC”, reforça a assessora. 

Atendimento especializado  

O HRB-JA é referência para 51 municípios da macrorregião de Barbacena, que somam aproximadamente 800 mil habitantes. A unidade atende de 30 a 40 pacientes por mês e oferece diagnóstico, tratamento e acompanhamento ambulatorial.   

“O paciente é recebido por equipe multiprofissional que atua com rapidez, pois o tratamento neurológico precisa ser imediato. Após a fase aguda, encaminhamos para unidade de cuidados prolongados quando necessário”, explica a coordenadora da Unidade de Clínica Médica, Maria da Silveira.   

A instituição conta com tomografia disponível, o que reduz o tempo de atendimento e garante segurança na indicação da trombólise. Para o neurologista responsável técnico pela neurologia clínica do HRB-JA, André Tollendal, reconhecer os sintomas é determinante.   

“É fundamental identificar sinais como fraqueza em um lado do corpo, fala arrastada, boca torta e alteração na visão. Cada minuto faz diferença para  evitar sequelas”, orienta o médico. 

Conscientização e prevenção 

O Dia Mundial do AVC é celebrado em 29/10 e reforça a importância de conhecer os sintomas e buscar atendimento imediato. Em caso de suspeita, a recomendação é acionar o Samu 192 e procurar um serviço de referência. Mais informações sobre sintomas, prevenção e fatores de risco estão disponíveis neste link.  

 

 



Fonte: Agência Minas

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