*Padre Reginaldo Manzotti
Meus irmãos, estamos na reta final da nossa caminhada Quaresmal e este ano estamos vivendo esse período de forma diferenciada. As orientações para conter a pandemia no coronavírus nos colocaram reclusos em casa. Essa medida é extremamente necessária para o bem de todos nós, como nos inspira a Campanha da Fraternidade “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. Se nesse momento o cuidado não pode ser físico, devemos expressar em plenitude os cuidados com a prevenção individual que resulta no bem comum e principalmente na oração uns pelos outros. Se cada um fizer sua parte, tudo vai dar certo!
Aproveitemos este tempo de reclusão para torná-lo algo fecundo, de conversão. Façamos uma análise dos nossos sentimentos e comportamento em relação a nossa vida, do que nos é realmente essencial. Aproveitemos esse tempo de isolamento social para resgatarmos o valor que as pessoas têm em nossa vida e lembrar de como precisamos uns dos outros. Estamos todos no mesmo barco, na mesma casa comum. Se podemos tirar algo bom de toda essa tragédia é justamente a proximidade que o isolamento social provocou. Parece contraditório, mas a distância física nos aproximou, nos tornamos mais solidários, pois deixamos de pensar no “eu” para pensar em “nós”. Em meio a luta contra o perigoso novo coronavírus, conseguimos dar um importante passo no combate a outro vírus destrutivo: o do egoísmo. Se aprendermos as lições que esse tempo de tragédia está nos ensinando, então, não terá sido inútil, mas sim frutuoso.
Louvado seja Deus por termos os meios de comunicação a nossa disposição, transmitindo programação de conteúdo católicos que nos ajudam a nos fortalecer espiritualmente, a manter a serenidade com confiança e esperança.
Em breve, viveremos a Semana Santa e o Tríduo Pascal, tempo marcante da nossa fé. Como já acenou o Papa Francisco, as celebrações vão acontecer, mas respeitando as medidas de segurança, pois Jesus é o Senhor da vida.
Não poderia ter tempo litúrgico mais propício para este momento que estamos vivendo, pois nos leva a refletir a expressão do amor de Deus, manifestada na entrega total de Jesus por nós. Como nos diz São Paulo “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5,8).
No Domingo de Ramos, meditemos sobre a humildade de Jesus. Ele é o Messias que se fez servo. Servo Sofredor, que tomou sobre si nossas enfermidades e as nossas dores (cf. Is 53,4).
Na Quinta-feira tem início o Tríduo Pascal, que é o coração da liturgia cristã. É uma única celebração dividida em três momentos distintos. Na Quinta-feira Santa, revivemos a Ceia Pascal de Cristo, quando é nos dado o sacerdócio e a Eucaristia, selando a nova e eterna aliança. Jesus, lavou os pés dos apóstolos como supremo exemplo de servidor e deixou-nos um novo mandamento: “Amai-vos como eu vos amei”.
Na Sexta-Feira, não há Celebração Eucarística. Nesse segundo momento, temos a Celebração da Paixão do Senhor, onde contemplamos a entrega total de Jesus. Sua fidelidade ao Pai e o amor que vai até as últimas consequências. A cruz é apresentada para a adoração. Não adoramos a madeira da Cruz, mas a pessoa de Cristo crucificado. Na Cruz do Senhor o sofrimento passa a ter sentido e torna-se redentor.
No Sábado Santo acontece a Vigília Pascal, que é chamada mãe de todas as vigílias. É a noite da vitória. Exulta o céu e a terra porque em Cristo ressuscitado cumpriram-se as promessas de Deus e a luz da ressurreição ilumina toda a humanidade, transformando a morte em vida. A Celebração da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e Eucarística formam a Celebração que é o centro e o ápice do ano litúrgico. Com ela, encerramos o Tríduo Pascal.
Por fim, quero salientar que a cada dia o cenário dessa pandemia muda. O que pensamos para hoje pode ser diferente amanhã, mas nada muda o maior acontecimento da história da humanidade: a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus. Por isso, da maneira que for possível, o importante é acompanhar e viver com Jesus seus passos na dor, para com
Ele chegarmos a vitória e nos deixarmos iluminar pela Luz da Ressurreição.
Aproveito para convidá-los a acompanhar toda a celebração do Tríduo Pascal na TV Evangelizar, Rádio Evangelizar e nas plataformas digitais. Mesmo longe das Igrejas, vamos juntos celebrar a Ressureição de nosso Senhor.
Padre Reginaldo Manzotti é fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso – Obra considerada benfeitora nacional que objetiva a evangelização pelos meios de comunicação – e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR). Apresenta diariamente programas de rádio e TV que são retransmitidos e exibidos em parceria com milhares de emissoras no país e algumas no exterior. Site: www.padrereginaldomanzotti.org.br. Facebook: www.fb.com/padrereginaldomanzotti. | Twitter: @padremanzotti | Instagram: @padremanzotti.
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